"O Cordeiro é digno de receber a recompensa pelo seu sacrifício"

Escrevo a vocês, filhinhos, porque seus pecados foram perdoados pelo nome de Jesus. Escrevo a vocês, pais, porque conhecem aquele que existia desde o princípio. Escrevo a vocês, jovens, porque venceram a batalha contra o maligno. Escrevi a vocês, filhinhos, porque conhecem o Pai. Escrevi a vocês, pais, porque conhecem aquele que existia desde o princípio. Escrevi a vocês, jovens, porque são fortes. A palavra de Deus permanece em seu coração, e vocês venceram o maligno.

(1ªJo 2. 12-14 NVT)

As etapas da Maturidade Cristã

João foi claro ao descrever 3 etapas da maturidade cristã. Primeiramente vem os filhos, caracterizados pela consciência do perdão de seus pecados e por conhecerem a Deus como Pai. A segunda etapa é a dos jovens, caracterizados por serem fortes e resistirem ao maligno. E finalmente, os pais, que conhecem a Jesus e geram outros filhos.

É natural que diante deste processo, surja a pergunta “por que existem estas etapas?”, “qual é a necessidade de amadurecer?”.

Em Mateus 5.43-48, Jesus nos fala sobre como devemos proceder em relação a amar ao próximo. O engraçado (se é que se pode dizer) é o verso 44, onde Ele diz:

para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste

(Mt 5.44a RA)

Ou seja, Ele está dizendo: façam estas coisas para que vocês se tornem filhos de Deus!”.

Mas dá uma olhada no que a palavra diz em Romano 8.16:

O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

E então, como é que eu me torno filho de Deus? É pelo Espírito ou pelas minhas obras? Calma, os textos não estão se contradizendo, embora pareçam.

A palavra “filho” nos dois textos é diferente. Em Rm, é usada a palavra teknon. Ela quer dizer criança, ou seja, filho pequeno. Já em Mt, a palavra usada é huios, que quer dizer filho maduro.

Nós somos os filhinhos, descritos por João ao recebermos o espirito de adoção pelo Espirito Santo. E não alcançamos isto por mérito, mas sim pela graça, através de Jesus. Mas é necessário que avancemos em maturidade, para sermos filhos maduros. Por que? Porque precisamos representar Jesus na Terra. E Jesus é o filho maduro de Deus, o huios de Deus, e precisa de filhos maduros para o representar.

Mas qual é a diferença dos filhinhos para os filhos maduros?

As crianças são herdeiras do Pai, mas elas não podem usufruir da herança enquanto forem menores de idade, porque não sabem como administrar. Vão querer usar tudo a seu benefício, pois querem (de forma consciente ou não) que Deus contribua para o que elas desejam fazer (adquirir casa, carro, emprego, estabilidade, etc), ao invés de querer contribuir para o que Ele está fazendo. Como é que Jesus vai poder entrega-las a responsabilidade de representa-lo na Terra? Isso só é possível se elas amadurecerem.

Como Agir?

É ótimo chorar no colo de Deus. Não há nada melhor do que se sentir amado, desejado e ser consolado por Ele. Mas está na hora dos filhos despertarem para o crescimento! É hora de parar de chorar um pouco por si mesmo e começar a chorar pelo que Deus está chorando. É ótimo quando Deus enxuga nossas lágrimas, mas onde estão os filhos maduros que vão enxugar as lágrimas do Pai? Que sentem a mesma dor que Deus sente pelas ovelhas perdidas?

Pessoas imaturas não sabem como representar Deus. Quando os israelitas estavam no deserto, Deus mandou que Moisés ferisse a rocha para que jorrasse água para eles. Na segunda vez, Deus mandou que Moisés apenas falasse à rocha, mas ele, levado pela emoção, feriu a rocha novamente e por isso não entrou na terra prometida. Onde está o problema? Deus queria revelar o amor e misericórdia e Moisés revelou apenas a ira, porque deixou as suas emoções falarem mais alto do que Deus.

Ah, os Morávios..

Em torno de 1800, havia um grupo de missionários na Alemanha chamados Moravianos. Eles fizeram um propósito de orar 24 horas por dia. E fizeram isso por quase 100 anos initerruptamente. Sobre a oração, eles diziam: “se você não está disposto a ser a resposta da sua oração, nem ore!”.

Durante um culto, eles fizeram o apelo para quem queria entregar a sua vida como missionário e dois jovens foram a frente. Estes jovens ficaram sabendo de uma ilha de um senhor ateu que havia entre 1.000 a 3.000 (as fontes variam) escravos. Escravos que morreriam sem nunca ouvir falar do amor de Jesus.

Eles conseguiram entrar em contato com o dono da ilha e perguntaram se poderiam pregar o evangelho para os escravos. O dono prontamente respondeu que não queria aquela baboseira de evangelho na ilha dele, pois só iria atrapalhar os trabalhos. Eles então perguntaram:

“- E se nós nos vendermos como escravos?

- Tudo bem então. Mas vocês terão que pagar a passagem de vocês com o dinheiro que eu compra-los. E quando pisarem na ilha, não tem mais volta.”.

No dia da viagem, eles estavam no porto se despedindo da igreja e da família, que nunca mais veriam. Quando o navio se afastava da costa, eles se puseram a gritar repetidamente:

“O CORDEIRO É DIGNO DE RECEBER A RECOMPENSA PELO SEU SACRIFÍCIO”.

Nunca mais se ouviu falar neles. Provavelmente devem ter morrido por conta da escravidão desgastante como era. Mas o legado que eles deixaram foi gigantesco. Nenhum sacrifício que nós façamos poderá se comparar ao sacrifício que Jesus fez por nós. Nenhum trabalho, namorado(a) pode ser mais importante que fazer com que Jesus receba a recompensa pelo seu sacrifício. Não importa o que você tenha que abrir mão, Jesus precisa de um filho maduro, com a mentalidade do Reino para representa-lo. Você está pronto?

A minha oração é que você desenvolva o desejo ardente de se parecer cada vez mais com Jesus, para que possamos representa-lo como Ele deseja ser.

Um grande abraço,

André Sampaio.